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Expectativa de crescimento da Indústria desacelera em 2025 em meio à elevada taxa de juros e desafios macroeconômicos

A indústria deve crescer menos em 2025, pressionadas pelos altos juros somados ao cenário macroeconômico turbulento. A estimativado Produto Interno Bruto (PIB) do setor reduziu de 2% para 1,7%. A exportação cresceu 2% no primeiro semestre de 2025, comparado ao mesmo período em 2024, contudo, os preços retraíram 2%, atingindo US$ 197,8 bilhões frente aos US$ 198 no primeiro semestre de 2024.

Além disso, a imposição de uma tarifa de 50% para parte das exportações brasileiras, pode desacelerar o fluxo de vendas das indústrias de transformação para os EUA. O setor exportou US$ 19 bilhões para o país norte-americano, 7% a mais do que o mesmo período em 2024. Parte desse valor positivo se deve à antecipação de importações pelas empresas americanas como resposta à nova política comercial dos EUA.

Em meio ao cenário incerto, a CNI diminuiu de US$ 347,3 bilhões para US$ 341,9 bilhões o valor previsto para as exportações brasileiras, uma queda de US$ 5,4 bilhões comparado ao 1° trimestre. Essa queda é refletida principalmente pelo aumento das tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

As importações brasileiras devem perder o ritmo no restante do ano por causa da desaceleração da atividade industrial, atingindo US$ 285,2 bilhões e não US$ 283,3 bilhões, como previsto anteriormente. Diante este cenário, a balança comercial deverá ser superavitária em US$ 56,6 bilhões em 2025, 14% menor do que em 2024.

A indústria de transformação registrou resultados negativos no 1° trimestre de 2025, depois de crescer 3,8% em 2024. A demanda por bens industriais está menor do que a apresentada no ano passado, o que impactou a produção e o faturamento do setor nos últimos meses. Os juros elevados e o aquecimento das importações, somados a provável queda nas exportações, podem resultar no cenário restritivo da atividade industrial, influenciando diretamente na previsão do PIB da indústria de transformação, a qual é de aumento de 1,5%, 0,4% abaixo do que a prevista anteriormente.

Embora os efeitos da desaceleração econômica sejam refletidos na indústria de construção civil, o setor seguirá aquecido devido aos projetos iniciados em 2024 e ao bom desempenho do programa Minha Casa, Minha Vida, cujos lançamentos cresceram 31,7% no 1° trimestre de 2025. Diante disso, a CNI mantém em 2,2% a estimativa de crescimento do PIB do setor.

A indústria extrativa também é um destaque positivo para o crescimento do econômico de 2025. A expectativa de alta do setor aumentou para 2%, principalmente pela produção do petróleo. O segmento de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos manteve sua previsão de crescimento em 2,5%.

O IPCA acumulou alta de 5,2% em 12 meses, situando-se acima da média de 3%. Contudo, a inflação deve começar a ceder no 2° semestre, fechando o ano em 5%. Resultado acima do apresentado em 2024, quando subiu 4,8%. A inflação atual, as expectativas para o IPCA e as incertezas do cenário externo, devem contribuir para que a taxa básica de juros se mantenha em 15% ao ano até o fim de 2025.

Adaptado GlobalKem | 27 de agosto de 2025

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CNI
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