Entrevistas

Renato Yoshino e Almir Cotias, Diretores da Braskem, falam sobre as perspectivas do mercado de resinas plásticas para 2023

Almir Cotias, Diretor Comercial de PVC (foto à esquerda) e Renato Yoshino, Diretor Comercial de Agro, Infra e Indústrias da Braskem (foto à direita), falam sobre o mercado de resinas plásticas em 2022 e as perspectivas para 2023 em entrevista exclusiva com o GlobalKem.

A Braskem, é a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas. Como foi o surgimento da companhia no Brasil e qual a relevância no fornecimento destes produtos no mercado nacional?

A Braskem foi fundada em 2002 e possui ativos no Brasil, EUA, México e Alemanha sendo, hoje, a sexta maior petroquímica do mundo na produção de resinas termoplásticas, com clientes em mais de 71 países e com um papel relevante no fornecimento para o mercado brasileiro. Ao longo desses mais de 20 anos, nos tornamos líderes de mercado nas Américas e fomos pioneiros na produção de biopolímeros (plástico feito de matéria-prima renovável) em escala industrial. Produzimos diversos petroquímicos e termoplásticos, incluindo Olefinas, Aromáticos, Polietileno (PE), Polietileno verde (biopolímero), Polipropileno (PP) e PVC. Contribuímos para o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis por meio da química e do plástico que melhoram a vida das pessoas em setores como moradia, alimentação e mobilidade. Os propósitos ligados à economia circular estão atrelados à nossa estratégia de negócios. Temos uma série de projetos e investimentos com foco em ampliar nosso portfólio com a adição de 300 mil toneladas de resinas e produtos químicos com conteúdo reciclado até 2025, chegando a 1 milhão de toneladas até 2030.

O ano de 2022 foi um ano de muitas oscilações e incertezas no mercado devido às consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Quais estratégias foram adotadas para minimizar os impactos desse acontecimento?

A Braskem está atuando de acordo com todas as regras de comércio internacional, o que inclui a importação de nafta de diversos países, e não tem contrato com fonte atrelada exclusivamente à Rússia. Todas as nossas transações observam as leis de Trade Controls, sanções ou embargos comerciais e financeiros, lista de países e pessoas restritas. Há, claro, uma incerteza sobre como o conflito pode ter impacto sobre o mercado global, por isso estamos atentos aos desdobramentos. A própria diversificação de portfólio de produtos, matérias-primas e geografias nos permite uma maior resiliência para absorver oscilações e variações desta natureza.

No final de dezembro, os Estados Unidos sofreram com um clima de extremo frio que ocasionou a paralização de diversas fábricas na região do Texas, inclusive uma de polipropileno da Braskem também precisou ser paralisada devido as baixas temperaturas. Além disso, atualmente, a China enfrenta uma alta onda de infecções por Covid, que acabaram dificultando a produção industrial e a logística na região. Como esses acontecimentos estão impactando o mercado de resinas plásticas no Brasil?

A prioridade da Braskem no Brasil é atender ao mercado doméstico, e estamos preparados para suprir a demanda dos nossos clientes. No caso de eventos climáticos extremos nos EUA, temos um plano de continuidade dos negócios que visa mitigar os eventuais impactos na cadeia produtiva. Estamos monitorando e tomaremos as ações necessárias a depender do cenário imposto, para continuarmos a operar com confiabilidade e segurança.

Há grandes incertezas sobre os impactos dos vários possíveis cenários da China, no entanto, o que podemos afirmar é que a Braskem está atenta aos movimentos globais dos seus mercados e apta para tomar as decisões de negócios, como aprendemos navegando em cenários voláteis e incertos nesses últimos anos. Vale dizer que uma maior abertura da China, como anunciada no início de 2023, permitirá, caso mantida, que haja uma total normalização da produção e logística global e terá um impacto positivo no crescimento do PIB global.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), espera-se que um terço da economia mundial entre em recessão em 2023. Como o mercado de resinas plásticas deve reagir a isso? De que maneira a Braskem está se preparando para a recessão?

Há um conjunto de fatores, externos e domésticos, como o câmbio e a perspectiva de demanda global de resinas, que dificultam uma projeção mais clara neste momento. A Braskem está resiliente em vista da projeção de ciclo de baixa para 2023, por isso devemos definir um orçamento abaixo do executado no ano passado, de modo a manter a higidez financeira e mitigar eventuais impactos para os nossos clientes e acionistas. Lembrando que os produtos da Braskem atuam em diversos mercados e setores da economia. Essa diversidade de atuação torna-se ainda mais importante em momentos macroeconômicos mais sensíveis.

A Braskem tem planos de investimentos futuros e expansão de atividades e unidades produtoras desses produtos no território brasileiro?

A Braskem tem anunciado investimentos em ampliação da capacidade de produção de biopolímeros no Brasil, em especial a expansão da unidade de produção de Polietileno Verde no Rio Grande do Sul, bem como investimentos em parcerias com empresas de reciclagem visando a criação de um ecossistema de economia circular cada vez maior e mais robusto para enfrentar os desafios de ampliar a reciclagem no Brasil.

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