China mantém taxa de juros e retira recorde de liquidez para preservar estabilidade
O Banco Popular da China (PBOC) decidiu manter estável a taxa de juros da linha de crédito de médio prazo (MLF) de um ano em 2%, alinhando-se às expectativas do mercado. Além disso, retirou um total líquido de 1,15 trilhão de yuans (US$ 158 bilhões) do sistema financeiro, marcando a maior redução desde 2014. Essa abordagem visa preservar flexibilidade antes de possíveis escaladas nas tensões comerciais com os EUA em 2025.
Embora os formuladores de políticas tenham prometido uma postura monetária “moderadamente frouxa” e ferramentas fiscais “mais proativas” para estimular a economia, medidas concretas ainda não foram anunciadas. O economista-chefe da Citic Securities, Ming Ming, observou que a manutenção da taxa MLF era esperada, e prevê cortes de 40-50 pontos-base para 2025. Ele também destacou a probabilidade de um corte na taxa de reserva compulsória dos bancos até o final do ano.
Nos últimos meses, o PBOC tem dado menos ênfase à MLF como principal taxa de política, priorizando a taxa de recompra reversa de sete dias, que permanece inalterada desde um corte de 20 pontos-base em setembro. Em dezembro, o banco central ofereceu 300 bilhões de yuans em empréstimos via MLF, enquanto 1,45 trilhão de yuans estavam vencendo, resultando no quinto mês consecutivo de retirada líquida.
Apesar da redução no uso do MLF, a ampla liquidez no mercado permite ao banco central recorrer a outras ferramentas para estabilizar o sistema financeiro. Em novembro, por exemplo, o PBOC injetou 1 trilhão de yuans em fundos por meio de operações de recompra reversa e aquisições de títulos do governo.
As expectativas de cortes significativos nas taxas de juros em 2025 estão levando os rendimentos de títulos soberanos a mínimas históricas. O rendimento dos títulos do governo chinês de 10 anos caiu para 1,73%, próximo ao menor nível registrado.
Adaptado GlobalKem | 26 de dezembro de 2024