Tempestade de inverno dos EUA afetando a cadeia de valor do poliéster

Conforme os EUA lidam com a tempestade de inverno desta semana, as interrupções no refino e na petroquímica podem ter um impacto na cadeia global de poliéster, de acordo com o analista de mercado Wood Mackenzie.

Os cortes de energia e água afetaram grande parte do Texas desde 15 de fevereiro e, embora estejam sendo restaurados gradualmente, o acesso à matéria-prima continua sendo um problema, pois a produção da cabeça do poço congela.

“Os produtos mais afetados são paraxileno e monoetilenoglicol”, disse Salmon Lee, chefe de poliésteres da Wood Mackenzie. “Nos estados afetados, as capacidades desses dois blocos de construção importantes para a produção de poliéster totalizam 3,4 Mt e 4,99 Mt, respectivamente. As fábricas da PTA nos EUA estão localizadas fora da zona de desastre e ainda estão funcionando. No entanto, isso pode mudar se o suprimento de paraxileno secar em meio às interrupções. ”

Por enquanto, disse Lee, a produção de poliéster dos EUA é relatada como business-as-usual, mas a incerteza prevalece no setor de matéria-prima se o suprimento de paraxileno / PTA e / ou monoetilenoglicol (MEG) acabar – o status das plantas de poliéster poderia mudar muito rapidamente.

“Os preços spot de paraxileno, PTA e MEG já estão subindo acentuadamente em resposta à escalada nos preços do petróleo, bem como às preocupações de uma escassez aguda de fornecimento de matérias-primas de poliéster”, disse Lee. “O impacto nos preços de PET e fibra de poliéster provavelmente será significativo.”

A Genscape, empresa irmã da Wood Mackenzie, estima que, em 17 de fevereiro, 45 por cento da capacidade total de paraxileno dos EUA estava offline.

“Se o paraxileno secar, a produção de PTA será prejudicada e os EUA precisarão importar muito mais para manter as operações de poliéster em andamento”, disse Lee. “No entanto, já se esperava que as importações de paraxileno nos EUA fossem menores da Europa, devido ao estreitamento da oferta lá, bem como do Oriente Médio devido à manutenção em curso na Arábia Saudita.”

A capacidade MEG dos EUA é responsável por 10 por cento da capacidade global, e a situação climática atual terá ramificações além dos EUA, disse Lee. “Se a produção de MEG dos EUA for cortada, as exportações de MEG dos EUA provavelmente cairão dramaticamente … [e] os EUA podem ser forçados a buscar importação para compensar essa perda.”

Se as fábricas de MEG dos EUA na região do Texas permanecerem inativas por um longo período, a produção de poliéster, resina PET e fibras podem ser adversamente afetadas pela escassez, Lee continuou, e as operações downstream estão olhando para uma redução potencial em várias áreas devido à tempestade de inverno ou falta de gás natural. “Interrupções na disponibilidade de matéria-prima terão um impacto significativo na produção e, subsequentemente, na disponibilidade de resina PET, uma vez que o mercado norte-americano de resina PET já estava apertado”, disse Lee.