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Transição econômica da China e disputa comercial com os EUA devem redefinir o comércio industrial até meados de 2026

A economia chinesa entra no final de 2025 em um processo de reestruturação que deverá moldar o comportamento do comércio global até meados de 2026. Após um crescimento consistente ao longo do primeiro semestre, impulsionado por incentivos fiscais e pela expansão de setores tecnológicos e de energia limpa, o país mantém uma trajetória de avanço, com projeções de crescimento em torno de 4,8% neste ano e 4,4% no próximo. Essa retomada, embora sustentada, ocorre em meio à desaceleração do setor imobiliário e à fragilidade do consumo das famílias, o que redireciona o foco econômico para áreas de maior produtividade e inovação industrial.

Esse movimento interno coincide com um aumento das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos. No início de outubro, o governo chinês ampliou as restrições sobre a exportação de minerais estratégicos e ímãs industriais, utilizados em diversos segmentos de alta tecnologia. Em resposta, o Estados Unidos anunciou planos para elevar tarifas e até adquirir participações diretas em empresas consideradas essenciais à segurança nacional. Essas medidas devem afetar a dinâmica de fornecimento global entre novembro de 2025 e abril de 2026, período em que as cadeias industriais tendem a operar sob maior controle logístico e regras de comércio mais rigorosas.

De um lado, a desaceleração da construção civil e o foco chinês em manufaturas de maior valor agregado reduzem a demanda por insumos básicos, mantendo os preços internacionais estáveis até o primeiro semestre de 2026. De outro, as restrições comerciais e a reorganização das rotas de exportação podem prolongar prazos de entrega e elevar custos logísticos, especialmente para materiais de origem mineral ou com aplicações tecnológicas específicas.

Entre fevereiro e junho de 2026, espera-se que o comércio global se ajuste gradualmente a esse novo equilíbrio. A China deve continuar priorizando setores de alto desempenho e transição verde, reduzindo a dependência de segmentos tradicionais, enquanto os Estados Unidos e seus aliados reforçam a diversificação de fornecedores estratégicos. O resultado será um ambiente de negócios menos volátil em preços, porém mais exigente em planejamento de produção e gestão de estoques.

Autoral GlobalKem | 16 de outubro de 2025

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GlobalKem
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