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Copom aumenta taxa Selic para 12,25% ao ano e projeta mais aumentos para os primeiros meses de 2025

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (11), durante sua última reunião do ano, aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, passando de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano. A previsão do mercado era de que o aumento ficaria em apenas 0,75 ponto percentual, encerrando o ano com a taxa básica de juros em 12% ao ano, conforme dados do Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (09).

Vale ressaltar que, em comunicado, o Copom prevê ainda novos aumentos de 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões, em janeiro e março do ano que vem.

A elevação ocorre após quase dois meses de expectativa em torno de uma taxa de 11,75%. Paralelamente, a projeção para a inflação oficial, medida pelo IPCA, foi ajustada para cima, com estimativa de 4,84% no fim de 2024. Apesar disso, o Boletim Focus aponta um crescimento econômico de quase 3,4% para este ano, superando do esperado pelo Ministério da Fazenda.

Embora os juros elevados busquem controlar a inflação, as expectativas para os preços continuam em alta, acompanhadas por uma economia aquecida. Segundo Newton Marques, economista do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, o aumento da Selic é uma resposta clássica do Banco Central à alta inflacionária, mesmo com eficácia limitada em alguns momentos. Marques explica que o Banco Central adota tais medidas para demonstrar ação frente ao mercado e evitar críticas por omissão.

O impacto do dólar também desempenha um papel central na pressão inflacionária. Aldamir Marquetti, professor de Economia da PUC do Rio Grande do Sul, sugere que a Selic influencia no dinamismo econômico e na retenção de dólares no Brasil. No entanto, ele aponta que as incertezas externas limitam a eficácia dessa estratégia, e o Banco Central poderia explorar alternativas para mitigar a desvalorização cambial do real e reduzir as pressões inflacionárias decorrentes.

O aumento da taxa básica de juros poderá refletir em menores investimentos nos mais variados segmentos, incluindo nos consumidores de insumos industriais, movimentando a dinâmica do mercado e os preços de produtos como Cal e Ácido Sulfúrico, por exemplo.

Adaptado GlobalKem | 12 de dezembro de 2024

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Agência Brasil
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