Preços médios mensais de importados recuam 26,2%, desde janeiro, e motivam surtos de compras vindas da Ásia

As importações brasileiras de químicos atingiram os 5,1 bilhões de dólares em julho, o que corresponde a cerca de 5 milhões de toneladas de produtos. Apesar de vir expressando aumentos mensalmente, as importações de julho foram alarmantes devido à substancialidade do aumento – de 50% comparado a fevereiro.

Por sua vez, as exportações brasileiras de produtos químicos somaram, em julho, US$ 1,37 bilhão, movimentando 1,16 milhão de toneladas, recuo de 8,5% em quantidades físicas, mas elevação de 9,5% no valor exportado, em relação ao mês imediatamente anterior, de junho.

No acumulado deste ano – entre janeiro e julho – as importações de produtos químicos foram de praticamente US$ 36,3 bilhões, representando uma redução de 22,6% em relação ao mesmo período de 2022, o que se deveu ao recuo de 12,5% dos preços médios das compras vindas do exterior. Já as exportações brasileiras dessas mercadorias tiveram uma retração de 14,5%, totalizando US$ 8,9 bilhões até julho, resultado circunstanciado pelas crescentes dificuldades econômicas cambiais da Argentina, individualmente principal mercado de destino dos produtos químicos brasileiros, o que agravou o nível de ociosidade em grupos de produtos estratégicos fabricados no País. Em meio às oscilações observadas nas importações e exportações de produtos químicos pelo Brasil, os números de julho ressaltam desafios e oportunidades para o setor. O expressivo aumento nas importações, embora alarmante, pode servir como um alerta para a necessidade de fomentar a produção interna e fortalecer a indústria química nacional, visando a redução da dependência externa. Por outro lado, a elevação no valor das exportações, apesar do declínio nas quantidades físicas, indica a possibilidade de buscar mercados alternativos para além da Argentina, mitigando riscos associados a oscilações econômicas em um único país parceiro.

Adaptado GlobalKem | 31 de agosto de 2023