
Segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas na última quarta-feira (22), a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 74,6 bilhões entre 2023 e 2024. O resultado foi atribuído a retração de 0,8% no valor exportado, embora a importação tenha aumentado 9,0%.
Quando se divide as exportações em commodities e não commodities, observa-se que o volume exportado do primeiro grupo aumentou em 4,1%, mas os preços recuaram em 5,5%, entre 2023 e 2024. Já as não commodities não registraram crescimento e aumento de preços de 1,3%. Na comparação entre 2022 e 2023, no volume exportado das commodities foi 14,2% superior e os preços recuaram 9,3%.
Focando nas exportações para os Estados Unidos, as principais commodities brasileiras comercializadas foram: petróleo bruto (participação de 14% no total das exportações brasileiras para o país); semimanufaturados de ferro ou aço (8,8%); óleos combustíveis (4,3%) e celulose (4,2%).
Em relação às perspectivas para 2025 frente à relação com o os EUA, no caso de petróleo, não é claro se a promessa de aumentar a exploração do petróleo no território dos Estados Unidos seja acompanhada de restrições, pois o preço aumentaria. Sendo assim, a imprevisibilidade de Trump cria um cenário desfavorável para as transações comerciais.
Até o momento, o governo Trump não anunciou qual será o seu pacote de tarifas de importações, mas já determinou a abertura de investigações pelos órgãos competentes, como United States Trade Representative sobre práticas desleais, danos à indústria doméstica dos Estados Unidos, prejuízos às empresas estadunidenses em territórios estrangeiros, entre outros. Também não se sabe se as medidas protecionistas serão mais utilizadas como instrumento de pressão para obter concessões, sendo utilizadas de forma seletiva e direcionada para alguns países. Um exemplo é o anúncio de uma possível tarifa de 25% sobre produtos mexicanos para garantir o controle do fluxo migratório na fronteira.
Adaptado GlobalKem | 23 de janeiro de 2025