Geopolítica

O inverno acabou, mas será que a crise energética é coisa do passado? 

Apesar da duração padrão de três meses, este ano pareceu a estação mais longa alguma vez registada: chegou entre avisos arrepiantes de escassez de gás, paralisia industrial, apagões generalizados, racionamento obrigatório e até instabilidade civil.

Graças a uma combinação de políticas, dinâmicas de mercado, fenómenos climáticos e iniciativa pessoal, os europeus conseguiram evitar o pior cenário da crise energética.

“Com a chegada da primavera, podemos, agora, dizer que administramos bem esta temporada de inverno. Como terminamos com um armazenamento meio cheio, a primeira batalha foi um sucesso”, disse à Euronews Kadri Simson, a comissária europeia com a pasta da Energia.

“No entanto, não devemos ter ilusões de que as coisas estão a ficar mais fáceis. Este ano ainda será um desafio e o ano seguinte também. Continua a haver muitas incertezas. Apesar da boa situação em geral em matéria de energia, precisamos de continuar alerta e de trabalhar arduamente para nos prepararmos para o próximo inverno.”

Mas este sucesso não saiu barato: a Agência Internacional de Energia (AIE) estima que a União Europeia gastou no ano passado quase 400 mil milhões de euros em compras de gás – quase três vezes mais em relação à fatura de 2021.

Até o final deste ano, a Europa conseguirá importar mais 78 mil milhões de metros cúbicos de Gás Natural Liquefeito (GNL), abrindo caminho para fluxos constantes dos EUA, Catar, Nigéria e outros produtores.

Entretanto, enquanto a Europa estiver dependente do abastecimento de gás para a economia e até que a transição energética esteja concluída, vai manter-se a vulnerabilidade com relação ao preço do gás. Por isso, o estado de alerta será contínuo

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EuroNews
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