
De acordo com dados divulgados na última segunda-feira (27) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor da construção civil encerrou 2024 com dificuldades. O índice de acesso ao crédito caiu 2,6 pontos em relação ao 3º trimestre, atingindo 37,7 pontos no 4º trimestre. Além disso, o aumento da taxa Selic, retomado pelo Copom no final do ano, dificultou ainda mais o acesso a empréstimos e financiamentos para empresários do setor.
Em dezembro, a atividade e o emprego no setor registraram queda. O nível de atividade recuou para 45,4 pontos, enquanto o índice de empregados caiu para 45,7 pontos, ambos abaixo da linha divisória de 50 pontos, indicando contração. Ainda assim, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) foi destaque positivo, mantendo-se em 67%, o maior índice para dezembro desde 2012.
A insatisfação com o lucro operacional também cresceu no período, com o índice retraindo de 45,4 para 44,8 pontos, se mantendo abaixo de 50 pontos. Já o custo médio de insumos subiu, refletindo no índice de evolução do preço desses itens, que avançou 2,7 pontos, alcançando 64 pontos.
Em janeiro de 2025, pela primeira vez desde janeiro de 2023, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção ficou abaixo de 50 pontos, alcançando 48,6 pontos. A retração reflete preocupações com a economia atual e as expectativas para os próximos meses.
Com um cenário de crédito restrito, maiores taxas de juros, insatisfação com lucros e insumos mais caros, o setor da construção deverá seguir com desafios relevantes ao longo de todo o ano, embora existam expectativas pontuais de recuperação nas contratações e aquisições próximas ao segundo semestre. Sendo assim, a manutenção da confiança dependerá do comportamento da economia e de medidas que incentivem novos investimentos.
Adaptado GlobalKem | 29 de janeiro de 2025