A combinação de produção abundante nos Estados Unidos, níveis recordes de armazenamento e um inverno mais ameno no Hemisfério Norte vem provocando uma redução gradual no custo do gás natural desde o início de outubro. O cenário é reforçado pela decisão da China de manter o recebimento de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia, garantindo fluxo contínuo de energia na Ásia e eliminando riscos de escassez durante o período de maior consumo.
Com oferta estável e demanda enfraquecida, o equilíbrio global se desloca para uma fase de constância e leve queda nos custos de energia, que deve se estender até o final de dezembro de 2025. Esse movimento reduz a pressão sobre cadeias produtivas que dependem do gás como combustível e fonte térmica, impactando diretamente a indústria química e a cadeia da alumina.
Com o gás mais acessível, o custo térmico dessas operações diminui, beneficiando também setores consumidores — como tratamento de água, papel e celulose e fertilizantes — que recebem insumos com preços mais competitivos. Além disso, o ambiente de energia estável reduz gastos indiretos, como o uso de fontes alternativas mais caras ou o acionamento emergencial de caldeiras a óleo.
O único ponto de atenção está nas rotas de transporte de GNL originadas do Ártico, que podem enfrentar restrições logísticas entre janeiro e fevereiro de 2026 devido à menor disponibilidade de embarcações adaptadas ao gelo. Caso ocorra algum redirecionamento de carga, a tendência é de ajustes pontuais no tempo de entrega, sem impacto estrutural nos custos industriais.
De forma geral, a queda recente no preço do gás reflete o excesso de oferta diante de uma demanda sazonal abaixo do esperado. Essa condição favorece a previsibilidade de custos energéticos e fortalece a competitividade das cadeias químicas e metalúrgicas que operam com contratos indexados ao gás. O resultado é um início de 2026 com custos controlados, produção estável e maior segurança no planejamento industrial.
Autoral GlobalKem |16 de outubro de 2025