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Brasil registra recorde histórico de exportações em setembro, apesar da queda nas vendas aos EUA

Mesmo com a retração de 20% nas exportações para os Estados Unidos, o Brasil alcançou em setembro o maior volume exportado para o mês em toda a série histórica, somando US$ 30,53 bilhões. O saldo positivo da balança comercial atingiu US$ 2,99 bilhões, resultado de US$ 27,54 bilhões em importações. Os dados foram divulgados na última segunda-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Setembro foi o primeiro mês completo sob vigência das tarifas impostas pelos Estados Unidos, que aplicaram uma alíquota de 50% sobre produtos brasileiros em 6 de agosto. Desde então, as vendas para o mercado norte-americano vêm encolhendo, a queda foi de 18,5% no primeiro mês e chegou a 20,3% em setembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em contrapartida, as exportações brasileiras cresceram de forma expressiva para mercados asiáticos e sul-americanos. Houve avanços relevantes nas vendas para Singapura (+133,1%), Índia (+124,1%), Bangladesh (+80,6%), Filipinas (+60,4%) e China (+14,9%). Na América do Sul, o crescimento foi de 29,3%, com destaque para a Argentina, que ampliou suas importações do Brasil em 24,9%. As vendas para a União Europeia também registraram leve alta de 2%.

O agronegócio teve papel central no desempenho exportador, com avanço de 18% em valor em relação a setembro de 2024, totalizando US$ 6,7 bilhões. A participação do setor nas exportações brasileiras subiu de 20% para 22%. Entre os principais produtos, a carne bovina foi o destaque, com aumento de 55,6% (US$ 630 milhões adicionais). Também se destacaram o milho, com alta de 22,5% e incremento de US$ 280 milhões, e a soja, que cresceu 20,2% e adicionou US$ 520 milhões às receitas. Fora do campo, os veículos de passageiros registraram expansão expressiva de 50%, contribuindo com US$ 230 milhões adicionais para o saldo exportador.

As importações também avançaram, com aumento de 17,7% frente a setembro de 2024, puxadas principalmente pela compra de uma plataforma de petróleo de Singapura. O valor da operação, de US$ 2,375 bilhões, fez a categoria de “plataformas e estruturas flutuantes” saltar 14.669,5% em um ano. Movimentos semelhantes já haviam impactado a balança em fevereiro, quando a compra de outra plataforma, avaliada em US$ 2,7 bilhões, levou o saldo do mês ao terreno negativo. Desta vez, no entanto, o recorde de exportações compensou o aumento das importações, garantindo um superávit positivo.

Adaptada GlobalKem | 07 de outubro de 2025

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