Alta do dólar aumenta pressão inflacionária e preocupa o mercado
A recente desvalorização do real frente ao dólar tem intensificado o repasse cambial para os preços ao consumidor, gerando maior preocupação com a inflação. Conhecido como pass through, esse impacto tem sido mais forte devido à economia brasileira aquecida, incertezas fiscais e expectativas inflacionárias elevadas.
Na ata de dezembro do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central destacou que o repasse cambial é maior em momentos de forte demanda e expectativas desancoradas. A Selic foi elevada para 12,25% ao ano, com projeção de mais dois aumentos de 1 ponto percentual.
Vale ressaltar que os maiores impactos foram em alimentos (14%) e bens industriais (8%), enquanto serviços apresentam menor sensibilidade, com variação de +2%.
O impacto do dólar, que subiu de R$ 5,80 para R$ 6, será mais sentido em 2025. Projeções do mercado indicam que o IPCA, estimado em 4,8% no fim de 2024, poderá alcançar 5,5% ao final de 2025, com alimentos e bens sendo os principais responsáveis pela pressão inflacionária. Serviços devem manter os preços elevados, mas com menor influência do câmbio.
O cenário reforça os desafios do controle inflacionário, especialmente diante de uma economia que opera acima da capacidade e enfrenta incertezas.
Autoral GlobalKem | 23 de dezembro de 2024