Alemanha enfrenta crescimento lento e riscos econômicos
A economia alemã enfrenta desafios significativos, com previsão de estagnação durante os meses de inverno e uma recuperação em ritmo lento, segundo o presidente do Banco Central da Alemanha, Joachim Nagel. Dentre os fatores que dificultam o crescimento estão um consumo privado mais fraco do que o esperado, um mercado de trabalho em deterioração e uma recuperação lenta dos investimentos empresariais.
A maior economia da zona do euro deverá encolher pelo segundo ano consecutivo, com os dados de 2024, agravando uma trajetória de fraqueza que começou com a perda do acesso à energia barata da Rússia e a redução na demanda por exportações alemãs por parte da China.
O Bundesbank revisou suas projeções, prevendo uma contração de 0,2% em 2023, em contraste com a expectativa anterior de um crescimento de 0,3% feita em junho. Para 2025, a estimativa de expansão foi reduzida de 1,1% para 0,2%, embora até essas previsões possam ser otimistas, considerando os riscos de protecionismo crescente, tensões geopolíticas e mudanças estruturais na economia alemã.
O aumento de tarifas comerciais, especialmente por parte dos Estados Unidos sob o novo mandato de Donald Trump, poderá resultar em uma perda de 1,3% a 1,4% da produção econômica alemã até 2027. O Bundesbank ainda estima um aumento anual de 0,1% a 0,2% na inflação devido ao protecionismo americano, enquanto projeções do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica Global sugerem um impacto maior, chegando a 1,5% em 2025 e 0,6% em 2026.
Nagel ressaltou que, além dos desafios econômicos imediatos, a Alemanha enfrenta questões estruturais importantes, como a fragilidade prolongada no mercado de trabalho. O Bundesbank também alertou que os riscos para o crescimento permanecem inclinados para baixo, enquanto os riscos para a inflação seguem em alta. As eleições federais previstas para os próximos meses podem adicionar novas incertezas fiscais ao cenário econômico.
Adaptado GlobalKem | 13 de dezembro de 2024