Riscos para a Braskem com fim do contrato de fornecimento de gás no México
Os riscos da não renovação do contrato de fornecimento de gás natural pelo governo mexicano à Braskem-Idesa estão se materializando para a controladora Braskem (BRKM5). Segundo o UBS, os fatores negativos se tornaram a base da tese de investimento da companhia.
A Braskem informou na quarta-feira que a controlada recebeu uma notificação da agência do governo mexicano Cenagas sobre a interrupção no transporte de gás natural para o seu complexo petroquímico na região.
Como o gás natural é essencial para a produção de polietileno, a Braskem decidiu paralisar as atividades operacionais na central, sem previsão de retomada.
No mesmo dia, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse que não vai renovar o contrato de fornecimento do insumo energético para a central.
“As notícias são, sem dúvida, negativas”, disse o UBS, em relatório divulgado na semana passada. “A operação mexicana possui grande participação nos resultados da Braskem: um Ebitda de US$ 274 milhões nos primeiros nove meses (20% do total) e um Ebitda de US$ 361 milhões em 2019 (24% do total)”.
O banco, que manteve a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 26 para a ação, estima um impacto de R$ 1,50 por papel com a paralisação em um ano do complexo. No pior cenário, que consiste na interrupção permanente das atividades, a ação poderia ser impactada em R$ 10.
Na avaliação dos analistas, a Braskem tem duas possibilidades: acelerar a construção da unidade de logística para abastecer todo o gás natural que precisa ou revisar o contrato com a Pemex.
São duas possíveis saídas para a companhia, mas o UBS destacou que a conclusão do centro logístico está longe de acontecer (o banco espera que isso ocorra apenas em 2023) e a revisão do contrato com a Pemex pode reduzir a lucratividade das operações no México.
A Braskem afirmou que a controlada adotará as medidas legais aplicáveis na busca pela preservação dos seus direitos e por uma solução para a questão.