Fim do acordo de trânsito entre Ucrânia e Rússia deve impactar os custos com os gás natural europeu em 2025
Os preços do gás natural na Europa atingiram o nível mais alto de dezembro, impulsionados pelo esgotamento dos estoques de armazenamento e pela proximidade do fim do acordo de trânsito de gás entre a Ucrânia e a Rússia.
Nesta segunda-feira, os preços futuros chegaram a subir até 2,5% no início das negociações, estabilizando-se em torno de 48€ por megawatt-hora, marcando um dos picos de dezembro. O ponto de atenção se mantém ao possível impacto da redução do fornecimento de gás russo, que pode se intensificar em 2025.
O atual acordo de trânsito de gás entre Ucrânia e Rússia expira em 1º de janeiro, coincidindo com a chegada do clima mais frio na Europa, o que deve aumentar a demanda por gás para aquecimento. Ao mesmo tempo, os estoques europeus de gás estão sendo consumidos mais rapidamente do que o esperado, gerando preocupação sobre os custos futuros e aumentando a competição com a Ásia por suprimentos marítimos.
Na Europa Central, a Eslováquia continua comprando gás russo e defende a manutenção do trânsito pelo território ucraniano. No entanto, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, rejeita qualquer acordo que beneficie financeiramente a Rússia enquanto a guerra entre os dois países persiste.
O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, alertou a Comissão Europeia sobre as consequências econômicas de uma interrupção no fornecimento de gás. Em carta à presidente Ursula von der Leyen, Fico destacou que os impactos seriam mais severos para as famílias e empresas europeias do que para a Rússia, resultando em contas de energia mais altas.
A parcela de gás em risco representa cerca de 5% da demanda europeia. Embora seja relativamente pequena, sua ausência pode forçar os países a aumentarem a dependência do gás norueguês ou de importações liquefeitas dos EUA.
Adaptado GlobalKem | 30 de dezembro de 2024