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Confiança da Indústria apresenta queda e setor deve manter desaceleração

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 0,8 ponto em setembro, ante o mês anterior, para 99,5 pontos. O indicador, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), mostra ainda que o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) do setor industrial teve retração de 1,4 ponto porcentual, para 80,8%, ou seja, a ociosidade do parque fabril aumentou.

Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, avaliou que o índice foi influenciado por uma percepção dos empresários de queda na demanda por produtos industriais de todas as categorias de uso, exceto nos produtos de consumo de bens não duráveis. Houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais monitorados pelo levantamento. “Para os próximos meses, se espera um pessimismo quanto ao aumento da produção, possivelmente relacionados com a continuidade da desaceleração da atividade econômica e dificuldades ainda no abastecimento de alguns insumos”, disse Pacini, em nota.

A economista e consultora financeira Catharina Sacerdote, apontou que a percepção do índice pode ser influenciada pelo ambiente político. “Estamos em mês de eleições, sem um cenário definido sobre o segundo turno, e o mês seguinte de Copa do Mundo, que interfere nas preferências do consumidor final”, disse. “Além disso, os mercados globais estão sentindo a possibilidade de recessão nos Estados Unidos. Então, a divulgação do ICI levemente negativo não acendeu um grande sinal de alerta ainda”, afirmou.

A especialista ressaltou que em anos anteriores, a Copa ajudou a vender eletrônicos, alimentos e bebidas. Porém, neste ano deve afetar negativamente a linha eletrodomésticos, como refrigeradores e lavadoras, em uma época que geralmente não era tão prejudicada”, apontou. “Dezembro é impactado pelo 13º salário, e algumas famílias utilizam esse recurso para investir em suas casas, e talvez, em 2022 ele seja direcionado para bens não duráveis, como cita o relatório da FGV.”

Expectativa

Entre as expectativas, a pesquisa apresenta que a produção nos próximos três meses mantém trajetória negativa pelo terceiro mês consecutivo com queda de 1 ponto em setembro, para 91,1 pontos — menor patamar desde março (90,3 pontos). Para os próximos seis meses, o indicador que mede a tendência dos negócios mostra uma recuperação pelo segundo mês consecutivo: 1,7 ponto em setembro, para 98,5 pontos, se aproximando dos patamares observados no último trimestre de 2021.

Fonte
CorreioBraziliense
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