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Cal ganha protagonismo no combate à Covid-19

Com o avanço do novo coronavírus (Covid-19), uma das grandes preocupações da população e das empresas em geral está relacionada à questão da higienização e do abastecimento de produtos de primeira necessidade.

Alguns dos componentes que fazem toda a diferença nesse sentido e que, portanto, precisam de uma indústria forte e em funcionamento, são a cal e o calcário, e o setor tem lutado para se manter atuante neste momento.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Cal e Gesso no Estado de Minas Gerais (Sindicalge-MG), Rodrigo Simões, esses itens têm uma série de funções nos mais diferentes segmentos da sociedade. Conforme ele destaca, as atribuições vão desde a eliminação de vírus e bactérias em efluentes líquidos nas estações de tratamento até a sanitização em criatórios de animais.

Além disso, a cal é fundamental na produção de celulose e papel, o que intervém diretamente na produção das indústrias de máscaras, papel higiênico, lenços descartáveis, entre outros. “A cal e o calcário também são essenciais na indústria de alimentos, desde a preparação do solo para plantio, como corretivos do solo, até o fim da produção”, ressalta Rodrigo Simões.

Outro ponto relacionado ao uso da cal tem a ver com a dependência que a siderurgia, a mineração e a metalurgia têm do produto. Sem a cal, conforme ressalta o Sindicalge-MG, não há produção de ouro, aço, cobre e alumínio, importantes para a balança comercial do País.

Diante de toda essa relevância, ainda mais em uma época de pandemia, o presidente do Sindicalge-MG afirma que as empresas do segmento têm feito todo o possível para continuarem prestando o seu papel.

“O nosso segmento vai se manter totalmente empenhado em não parar. Já temos realizado, inclusive, diversas ações junto ao governo estadual, por meio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), para que ele dê condições aos segmentos essenciais da indústria mineira de continuarem funcionando”, destaca.

Entre essas ações estão a solicitação para que as barreiras estaduais estejam abertas ao produto, inclusive para o abastecimento de outras regiões do País, e a não paralisação das indústrias do setor.

“Nossas indústrias já têm de cumprir protocolos de segurança”, afirma. “Além disso, evitam reuniões, utilizando a teleconferência. Outra ação pode ser o rodízio de funcionários para evitar que o vírus se espalhe”, diz Simões, acrescentando que a paralisação causaria muito mal para a sociedade.

Em nota, a entidade também lembra que a cal não é estocada por longos períodos, por isso a interrupção no fornecimento pode acarretar em consequências imediatas. O conteúdo destaca ainda que o segmento está atento à questão do novo coronavírus e às ações que o envolvem.

“A indústria da cal apoia as decisões e recomendações das autoridades para contenção das contaminações pela Covid-19. Monitoramos as medidas preventivas que vários países têm imposto às indústrias desde o começo da crise, bem como sugestões incipientes em diferentes estados brasileiros”, diz ainda a nota da entidade.

Recomendação – O analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra, ressalta que a cal tem ação antimicrobiana, que mata vírus e bactérias em geral.

“Cal virgem é utilizada para esterilizar locais onde as criações ficam, por exemplo, galinheiros e carros de bois, lugares onde tem acúmulo de fezes e urina”, salienta ele, lembrando que, portanto, ataca diretamente o coronavírus.

Além disso, a calda bordalesa e a calda sulfocáustica, feitas com a cal, são usadas na plantação para protegê-la de vírus, fungos e bactérias. No entanto, lembra ele, é essencial que se continue lavando os produtos adequadamente quando eles chegam até as casas, pois a contaminação pode ocorrer na cadeia logística.

Fonte
Diário do Comércio
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