Legislação

Indústria química pode fechar 80 mil postos de trabalho com fim do regime especial, diz associação

O fim do Regime Especial da Indústria Química (Reiq), que ocorreu no dia 1º de março, pode colocar em risco até 80 mil postos de trabalho. A estimativa é da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que calcula também o impacto de R$ 7,5 bilhões em produção.

O Reiq foi revogado por meio de medida provisória para compensar a desoneração do diesel e do gás de cozinha, cujos impostos federais (PIS e Cofins) foram zerados. O objetivo do regime especial era equilibrar a competitividade com a indústria estrangeira, cuja carga tributária média é de 25%, contra 46% da indústria nacional. Isso sem contar o custo da matéria-prima: o “eteno”, por exemplo, é três vezes mais caro no Brasil do que nos Estados Unidos.

Presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para fins Industriais do Estado do Rio (Siquirj), Isaac Plachta afirma que os impactos poderão ser sentidos também pelo consumidor final de mercadorias diversas, com possíveis aumentos nos preços de produtos do dia a dia que usam matéria-prima petroquímica, como rótulos, embalagens e até calçados.

— O setor industrial químico sempre foi estratégico para o Brasil. Todo país desenvolvido sabe que investir no seu setor químico é indispensável para o crescimento econômico, e essa importância se mostra ainda mais evidente neste momento terrível de pandemia, uma vez que a indústria química está diretamente envolvida na produção de insumos de importância indiscutível no combate à Covid-19, seja por meio de produtos de limpeza e higiene, gases medicinais e até mesmo máscaras de polipropileno e seringas para vacinação — disse Isaac Plachta.

Debate em evento
Os impactos econômicos da medida serão discutidos na próxima segunda-feira (dia 14), às 14 horas, no canal da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) no YouTube.

Entre os participantes, estão: o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano; o presidente da Frente Parlamentar da Química, deputado Federal Afonso Motta; o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais (Sedeeri), Leonardo Soares; o presidente do SIQUIRJ, Isaac Plachta; o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino; o presidente do Conselho Regional de Química do Rio de Janeiro, Rafael Almada; o gerente geral de competitividade da Firjan, Luis Augusto Azevedo; e o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart.

Fonte
Extra Globo
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