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Odebrecht está se movimentando para vender sua fatia da Braskem

Mesmo com os problemas em que a Braskem (BRKM5) está envolvida, com a Idesa paralisada no México por conta da falta de gás natural, e com a demora no desfecho do afundamento de solo em Maceió (AL), a Odebrecht, está se movimentando para vender sua fatia de 38,3% na companhia entre fevereiro e março de 2021.

A venda da fatia na Braskem é parte do plano de recuperação judicial da empreiteira, que tem até julho de 2023 para concretizar a operação. A companhia mandatou o Morgan Stanley a reiniciar o processo de venda em agosto.

Diferentemente da primeira negociação em 2018, feita de forma exclusiva com a LyondellBasell, a ideia agora seria abrir um processo competitivo pelo controle da petroquímica. Em 2019, a holandesa desistiu de seguir adiante com a compra da Braskem por conta dos problemas internos da companhia mas afirmou na época que manteria a brasileira no radar.

Na época, a Petrobras (PETR4), que possui fatia de 36,1%, resistiu a firmar contrato com a Braskem para fornecimento de nafta no longo prazo, algo tido como essencial à compra da LyondellBasell, mesmo sabendo que a oferta abrangia suas ações.

Boa fase da Braskem é momento oportuno para venda
Agora, as duas principais sócias da Braskem, Petrobras e Odebrecht, estão buscando a venda e tendo inclusive alguns atritos, apesar de manterem ainda o “bom tom”.

As companhias estariam pressionando a diretoria por mudanças na gestão de petroquímica e por mais rapidez na resolução dos problemas.

A boa fase da Braskem, e também do mercado acionário em geral, se tornou, para a Petrobras e para a Odebrecht, um momento oportuno para a venda de suas participações.

A petroquímica, recentemente, se consolidou na liderança do mercado americano de polipropileno, iniciou a operação da maior fábrica de resina nas Américas, em La Porte, no Texas, teve forte resultado operacional recente e ainda deve retomar em breve a produção de cloro-soda e EDC em Maceio após o problema do afundamento do solo.

O esperado pela Odebrecht é que o imbróglio com o governo do México seja resolvido até março, apesar da questão política ser decisiva no problema.

Enquanto isso, a Braskem Idesa tem investido no uso de etano importando e pode vir a operar em 100% com essa matéria prima, apesar dos custos mais caros.

Já a Petrobras quer que a Braskem tenha uma resposta clara e no menor tempo possível para a grandeza dos custos com a questão de Alagoas. A última estimativa levantou um gasto de R$ 11,5 bilhões.

As ações da Braskem, apesar do otimismo, ainda acumulam queda de cerca de 30% na comparação com fevereiro.

Fonte
Suno Research
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