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Indústria química brasileira opera com 40% de ociosidade e vê maior retração em 30 anos

Fonte da Imagem: Abiquim

A indústria química no Brasil enfrenta sua pior fase em três décadas, com as plantas operando com apenas 60% da capacidade instalada nos primeiros dois meses de 2025, segundo a Abiquim. Dados do Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) revelam queda de 5,6% na produção, 0,8% nas vendas internas e 4% na demanda nacional de produtos químicos industriais, em comparação com o mesmo período de 2024.

As importações seguem crescendo e representam agora 49% da demanda interna. Segmentos como resinas termoplásticas, produtos orgânicos e outros produtos químicos registraram aumentos superiores a 25%.

A média de ociosidade das fábricas chegou a 40%, maior nível já registrado desde 1990. Certos segmentos enfrentam índices ainda mais críticos, como intermediários para plastificantes (61%), plásticos (48%) e fertilizantes (44%). Fevereiro se destacou negativamente, com queda de 10,1% na produção e de 17,1% no consumo aparente.

A Abiquim atribui os números à paralisação de unidades, baixa demanda, oscilações no fornecimento de energia e restrições em matérias-primas. Apesar disso, os preços dos produtos subiram 5,1% no bimestre, com altas reais de 11,3% em dólares e 11,2% em euros.

Para o presidente da Abiquim, André Passos, iniciativas como o novo Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq) podem ser um divisor de águas. O projeto visa aumentar a capacidade de operação para 95% até o fim da década, com incentivos fiscais e linhas de crédito que somam até R$ 5 bilhões a partir de 2027.

Segundo Passos, o Brasil precisa agir com urgência para apoiar o setor, assim como EUA e Europa fizeram com programas próprios. Ele acredita que o Presiq poderá não só reduzir o déficit comercial da indústria, mas também agregar valor sustentável à economia nacional.

Adaptado GlobalKem | 17 de abril de 2025

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