O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou nova queda em setembro. O índice recuou 4,2 pontos, chegando a 106,5 pontos. Apesar disso, no cálculo de médias móveis trimestrais, houve ligeira alta de 0,4 ponto, atingindo 110,1 pontos.
De acordo com Anna Carolina Gouveia, economista da FGV IBRE, a segunda queda consecutiva do indicador reflete a acomodação das pressões externas, sobretudo após o impacto inicial das tarifas norte-americanas. Internamente, a desaceleração da inflação e o crescimento econômico mais moderado vêm se alinhando às projeções dos analistas, sem gerar sobressaltos adicionais.
No mês, os dois componentes do indicador registraram retração. O de Mídia caiu 4,6 pontos, para 107,5 pontos, menor nível desde outubro de 2023. Esse movimento contribuiu negativamente em 4 pontos para o resultado agregado. Já o componente de Expectativas, que mede a dispersão entre as projeções de especialistas para variáveis macroeconômicas, teve recuo de 0,7 ponto, alcançando 99,0 pontos, após duas altas seguidas.
Com o resultado, o IIE-Br retorna a um patamar considerado “confortável” de incerteza. Para os próximos meses, a manutenção desse quadro dependerá da evolução do cenário internacional, especialmente em relação às tensões geopolíticas, e, no ambiente doméstico, do ritmo da atividade econômica e do encaminhamento da política fiscal.
Adaptado GlobalKem | 02 de outubro de 2025