Queda nos preços de matérias-primas pressiona mercado de aço e deve impactar o segmento de insumos químicos industriais
A recente queda nos preços do carvão e do minério de ferro tem afetado diretamente o mercado global de aço, com os preços dos laminados recuando devido à redução nos custos produtivos com matéria-prima. De acordo com o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), essa tendência de queda, impulsionada pela China, já está resultando em preços abaixo do custo marginal de produção, o que caracteriza dumping.
Em resposta, a CSN foi a primeira siderúrgica brasileira a anunciar um aumento de preços, prevendo uma elevação de cerca de 5% a partir de setembro. Essa ação busca compensar a redução de margem de lucro, apesar do custo elevado das placas de laminação no Brasil em comparação ao cenário internacional. Essa diferença de custos mantém as usinas brasileiras pressionadas pelas importações, que já mostram sinais de crescimento.
Mesmo com essas movimentações, os estoques de aço plano nos distribuidores permanecem controlados, totalizando 943,3 mil toneladas em julho, um aumento de 1,5% em relação a junho. As vendas dos distribuidores também cresceram, com um aumento de 8,2% em relação ao ano anterior, atingindo 335,7 mil toneladas.
A queda nos preços do aço pode levar as siderúrgicas a cortar custos, reduzindo a demanda por insumos químicos como Coque, Cal, Ácido Sulfúrico e Soda Cáustica, levando em consideração que preços mais reduzidos pressionam os fornecedores, que enfrentam margens menores e a necessidade de ajustar a produção. Assim, a incerteza no mercado também pode resultar em práticas mais conservadoras na gestão de estoques, impactando o ritmo de compra desses produtos.
Adaptado GlobalKem | 22 de agosto de 2024