A recuperação da indústria química alemã foi adiada para 2026, conforme pesquisas realizadas na Alemanha quanto ao sentimento do mercado. A expectativa é que 52% das empresas só vejam melhorias daqui a dois anos ou mais, um atraso em relação à pesquisa anterior, que previa retomada até o final de 2025.
Apenas 30% das empresas ainda acreditam em recuperação em 2025, enquanto 46% projetam lucros menores no próximo ano. O principal problema segue sendo a falta de pedidos, com 40% das empresas relatando dificuldades, mesmo nível observado no início da pandemia de 2020.
Além da baixa demanda interna e europeia, a competitividade da Alemanha está comprometida por altos custos de energia, impostos e trabalho. Ainda, tais desafios têm sido agravados pela geopolítica global, como as incertezas sobre o impacto de um novo mandato de Donald Trump, especialmente em relação a tarifas e disputas comerciais.
Embora a produção químico-farmacêutica tenha crescido 2,0% em 2024, com destaque para petroquímica (+8,5%) e produtos inorgânicos (+7,0%), as perdas acumuladas desde 2023 ainda não foram compensadas. Para 2025, a projeção do mercado é de um cenário de estagnação, com aumento de apenas 0,5% na produção.
Neste sentido, as empresas alemãs estão reagindo com cortes de custos, mudanças de produção para o exterior e fechamento de fábricas, sendo que apenas 25% pretendem aumentar investimentos locais, enquanto 46% planejam expandir no exterior.
A Alemanha enfrenta múltiplos desafios desde 2018, incluindo crise energética, inflação e guerra na Ucrânia, além da necessidade de transição para uma economia de emissões zero. Desta forma, avaliando o mercado atual e as expectativas para os próximos meses, esses fatores devem prolongar as dificuldades da indústria química, contribuindo para um reaquecimento tardio da indústria química do país.
Autoral GlobalKem | 23 de dezembro de 2024