Balança comercial brasileira registra recuo das exportações e aumento das importações em janeiro de 2025

A balança comercial brasileira registrou saldo de US$ 2,2 bilhões em janeiro de 2025, queda de US$ 4,0 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações caíram 5,7%, enquanto as importações cresceram 12,2% em valor. O volume exportado recuou 4,9%, enquanto o importado aumentou 14,6%.

A redução nas exportações foi impulsionada pelas commodities, que tiveram queda de 1,5% no volume e 9,5% nos preços. A agropecuária registrou retração de 16,0% no volume exportado, com destaque para a soja (-64,4%) e o milho (-26,3%). Por outro lado, o café não torrado apresentou crescimento de 9,5% na quantidade e 63,8% nos preços. No setor extrativo, o volume aumentou 5,4%, mas os preços recuaram 18,1%, com quedas em petróleo bruto (-16,1%) e minério de ferro (-26,3%).

As importações cresceram impulsionadas pela agropecuária (+21,3%) e pela indústria de transformação (+13,4%), com destaque para trigo (+16,8%) e cacau (+159,2%). Produtos industriais como óleo combustível, adubos e máquinas também registraram aumento na quantidade importada.

No comércio exterior por mercado, o Brasil teve déficit de US$ 582 milhões com a China, refletindo a queda nas exportações de soja (-68,0%), petróleo (-38,0%) e minério de ferro (-27,0%). Em contrapartida, houve superávit de US$ 326 milhões com a Argentina, impulsionado pelo crescimento de 57,9% nas exportações, principalmente de automóveis (+173%) e suas partes (+25,5%).

O comércio com os Estados Unidos registrou déficit de US$ 230 milhões, com redução de 31,0% nas exportações de petróleo. Para a União Europeia, o déficit foi de US$ 93,2 milhões, com crescimento nas vendas de petróleo (+61,7%) e café (+92,1%).

As perspectivas para 2025 são incertas, influenciadas por medidas protecionistas dos EUA, como tarifas sobre importações de aço, alumínio e produtos chineses. O saldo projetado para o ano varia entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões, segundo estimativas da Secretaria de Comércio Exterior.

Adaptado GlobalKem | 19 de fevereiro de 2025