China vai forçar empresas a relatar uso de plástico em novas iniciativas de reciclagem
Restaurantes, plataformas de comércio eletrônico e empresas de entrega serão forçados a relatar sua utilização de plásticos de uso único às autoridades e também apresentar planos de reciclagem formais, disse o ministério do comércio da China em propostas publicadas
O Ministério do Comércio Chinês disse que estabeleceu um sistema nacional para que os varejistas relatem seu consumo de plástico como parte de um esquema experimental para incentivar a reciclagem. A poluição por plástico se tornou um dos maiores desafios da China, com grandes quantidades enterradas em aterros ou despejadas em rios. O aumento nas entregas de alimentos em casa também fez com que os volumes aumentassem.
Em setembro, o ministério disse que sacolas plásticas descartáveis e talheres seriam proibidos nas grandes cidades até o final do ano, enquanto canudos descartáveis seriam proibidos em todo o país. -Wang, presidente da China Scrap Plastic Association, disse que as proibições “Apenas resolveriam os tipos mais visíveis de poluição por plástico” e são apenas uma parte dos esforços do país para combater o resíduo.
Desde setembro, a China também proibiu alguns tipos de filme plástico para uso agrícola, usados para manter as plantações quentes e úmidas. Os agricultores chineses usam cerca de 1,5 milhão de toneladas por ano e acabam gerando resíduos que prejudicam o solo. Uma nova “lei de resíduos sólidos” também entrou em vigor em setembro, aumentando as multas para quem infringir as regras e obrigando a construção de uma nova infraestrutura de reciclagem.
Embora haja reclamações de que a China está indo rápido demais, Wang disse que o impacto comercial das medidas seria limitado, com as empresas cientes de que alguns produtos seriam proibidos. A China produziu 63 milhões de toneladas de plástico em 2019, com uma taxa de reciclagem de cerca de 30%. Produz anualmente cerca de 20 milhões de toneladas de material não biodegradável de uso único, incluindo 3 milhões de toneladas de sacolas de compras.
Antoine Grange, executivo-chefe de reciclagem da SUEZ Ásia, disse que as proibições são bem-vindas, mas a China também precisa melhorar toda a sua capacidade de reciclagem. “A proibição do plástico descartável é boa para a educação, boa para a conscientização, mas é apenas parte do quadro geral”, disse ele.