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Furacão Ian deixa rastro de destruição na Flórida e em Cuba

Ian tocou o solo da Flórida, na Ilha Cayo Costa, às 15h05 de quarta (28) (16h05 em Brasília), com ventos de 240km/h. Um dos mais poderosos furacões registrados nos Estados Unidos — de categoria 4 na escala Saffir-Simpson (que vai até 5) — elevou o nível da água em até 5m, provocou inundações que cobriram casas e carros, arrastou barcos e deixou moradores presos. Mais de 1 milhão de residências ficaram sem energia elétrica. “Estamos sob a água. Nossa casa foi inundada. Felizmente, a eletricidade acabou antes. Os cachorros estão sobre a pia e eu sobre o balcão”, relatou uma moradora de Fort Myers, na costa oeste da Flórida, em um grupo de pedido de ajuda no Facebook. “Esta é, de longe, a pior tempestade que já vi”, admitiu Kevin Anderson, prefeito da cidade.

De acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC), Ian “está atingindo a Península da Flórida com tempestades catastróficas, ventos e inundações”. “Essa é uma tempestade da qual falaremos por muitos anos”, garantiu o diretor do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS), Ken Graham. Ron DeSantis, governador da Flórida, conversou com o presidente dos EUA, Joe Biden, e discutiu meios de agilizar a ajuda federal. “É uma grande tempestade”, disse DeSantis. “Claramente, é um furacão muito poderoso, que terá consequências de longo alcance.” À noite, Ian perdeu um pouco de força e se tornou furacão de categoria 3.

Durante a madrugada de ontem, horas antes da chegada de Ian, dez condados receberam ordens para remover 2,5 milhões de habitantes. As autoridades da Flórida mobilizaram mais de 42 mil eletricistas, 7 mil homens da Guarda Nacional e 179 aeronaves, além de carros anfíbios.

Em Naples, a 70km de Fort Myers, o empreiteiro Jeffrey Kepka, 41 anos, filmou o momento em que a água invadiu a garagem subterrânea de um prédio de 30 andares. “O edifício está situado na costa. A tempestade fez com que a maré subisse bastante. A água varreu os carros. Os donos se refugiaram na parte norte da Flórida”, contou Kepka ao Correio. “Por se mover muito lentamente, o furacão está causando muitas enchentes na costa. O furacão Irma, em 2017, foi muito ruim, mas nunca houve uma tempestade como Ian.”

Destruição em Cuba

A passagem do furacão Ian por Cuba também causou inundações e deixou milhões de pessoas sem eletricidade. Depois de 18 horas de apagão geral, a energia elétrica começou a voltar lentamente aos circuitos do país, os quais entraram em colapso devido à tempestade, que deixou dois mortos. “Chegou!”, gritaram moradores de Havana Velha, que correram para verificar o estado dos alimentos guardados em seus congeladores. O mesmo aconteceu em Centro Havana, outro município da capital, de 2,1 milhões de habitantes.

Fonte
CorreioBraziliense
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