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Com menor oferta de gás russo, Alemanha vai ampliar queima de carvão

A Alemanha deve reduzir o consumo de gás natural e aumentar a queima de carvão para ajudar a preencher as instalações de armazenamento de gás para o próximo inverno, anunciou o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, no domingo (19), à medida que o país se afasta do fornecimento reduzido de gás russo.

“A situação é séria”, disse Habeck em comunicado. “Por isso, continuamos a reforçar as precauções e a tomar medidas adicionais para reduzir o consumo de gás natural. Mais gás deve ser colocado nas instalações de armazenamento, caso contrário, as coisas ficarão realmente apertadas no inverno.”

A Alemanha depende fortemente do gás de Moscou para abastecer suas casas e indústrias pesadas, mas conseguiu reduzir a participação russa em suas importações de 55% para 35% desde o início da guerra na Ucrânia.

Apesar dos planos da Alemanha de eliminar a produção de energia à base de carvão, Habeck, um político do Partido Verde na coalizão governante de centro-esquerda, anunciou um retorno às “usinas a carvão por um período de transição” para reduzir o consumo de gás para produção de eletricidade.

“Estamos montando uma reserva substituta de gás. Isso é amargo, mas é quase necessário nesta situação de reduzir o consumo de gás”, disse Habeck.

Regras de armazenamento de gás

O ministério da Economia alemão está preparando um “modelo de leilão de gás a ser lançado neste verão para incentivar as indústrias a economizarem gás”, de acordo com o comunicado de imprensa.

Em março, os legisladores alemães aprovaram uma lei de armazenamento de gás que estipula que as instalações deste tipo devem estar quase completamente cheias no início do período de aquecimento para passar o inverno com segurança.

“Os níveis foram especificados para este fim: até 1º de outubro, as instalações de armazenamento devem estar 80% cheias, até 1º de novembro, 90%, e em 1º de fevereiro, ainda 40%”, segundo a lei.

Atualmente em cerca de 56%, os tanques de armazenamento de gás estão em um nível acima da média na Alemanha em comparação com anos anteriores.

“Devemos e faremos tudo o que pudermos para armazenar o máximo de gás possível no verão e no outono. As instalações de armazenamento devem estar cheias até o inverno. Essa é a principal prioridade”, disse Habeck.

Em março, Putin ameaçou cortar as entregas de gás para países “hostis” que se recusassem a pagar em rublos, em vez de euros ou dólares declarados em contratos.

Desde então, a gigante estatal russa de energia Gazprom ofereceu aos clientes uma solução. Os compradores poderiam fazer pagamentos em euros ou dólares em uma conta no Gazprombank da Rússia, que então converteria os fundos em rublos e os transferiria para uma segunda conta da qual o pagamento à Rússia seria feito.

Mas muitas empresas europeias, incluindo a Shell Energy, se recusaram a cumprir, levando a Gazprom a interromper o fornecimento de gás natural aos clientes alemães da Shell em junho.

Na última quinta-feira (16), a Gazprom cortou o fluxo de gás através do gasoduto Nord Stream 1 – uma importante ligação que transporta o gás da Rússia à Alemanha – pela segunda vez em poucos dias, elevando os preços.

A gigante de energia russa disse que reduziu as entregas de gás porque a empresa alemã Siemens Energy atrasou o retorno de turbinas que precisavam de reparos. A Siemens havia levado as turbinas para uma de suas fábricas canadenses para manutenção.

A empresa disse em comunicado que era “impossível” devolver o equipamento à Rússia por causa das sanções que o Canadá impôs ao país por sua invasão da Ucrânia.

Fonte
CNN Brasil
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