A Rússia interromperá o fornecimento de gás para a Europa por três dias no final do mês através de seu principal gasoduto para a região, disse a gigante estatal de energia Gazprom na sexta-feira (19), pressionando a região enquanto busca reabastecer antes do inverno.
A ordem de manutenção não programada do oleoduto Nord Stream 1, que corre sob o Mar Báltico até a Alemanha, aprofunda um impasse energético entre Moscou e Bruxelas, que já ajudou a aumentar a inflação na região e aumentou o risco de racionamento e recessão.
A Gazprom disse que a paralisação de três dias ocorrerá porque o único compressor de gás remanescente do gasoduto requer manutenção, mas a medida trará mais interrupções, principalmente para a Alemanha, que depende em grande parte das entregas de Moscou para alimentar sua indústria.
A última paralisação segue uma manutenção anual programada de 10 dias que ocorreu em julho e levantou temores sobre se a Rússia retomaria o fornecimento, que foi reduzido desde meados de junho.
A Alemanha já teve que dar à Uniper – seu maior importador de gás russo e a vítima corporativa de maior destaque da crise energética da Europa até agora – um resgate de 15 bilhões de euros (US$ 15,1 bilhões) depois que a Rússia cortou drasticamente os fluxos, forçando-a a comprar gás em outros lugares a preços muito mais elevados.
O impacto econômico mais amplo da Alemanha foi destacado nos dados de preços ao produtor na sexta-feira, que em julho tiveram seus maiores aumentos de todos os tempos, tanto ano a ano quanto mês a mês, com os custos de energia disparando.