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Amcham projeta forte alta no comércio Brasil-EUA em 2021 e retorno a nível superior ao pré-pandemia

As exportações brasileiras para os Estados Unidos devem crescer entre 14,1% e 30,1% neste ano e as vendas americanas ao Brasil podem registrar uma alta entre 18,6% e 20,2%, indicando um claro aquecimento dos negócios entre os dois países. A projeção foi feita pelo vice-presidente executivo da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Abrão Neto,ao divulgar o Monitor do Comércio Brasil-EUA.

Na oportunidade, o dirigente destacou que o estágio avançado de vacinação e os pacotes governamentais de estímulo implantados pelo governo Joe Biden aumentaram a demanda externa, inclusive por produtos importados do Brasil, envolvendo os setores siderúrgico, de construção civil, aeronáutico e petróleo.

De janeiro a junho, no tocante às exportações brasileiras, as previsões feitas por Abrão Neto foram superadas. Elas totalizaram US$ 13,317 bilhões, com um aumento de 32,9% comparativamente com o primeiro semestre do ano passado, correspondendo a 9,8% das exportações totais do Brasil.

Em relação às importações será necessário um aumento acentuado das exportações americanas para que a projeção se concretize. Nos seis primeiros meses do ano, as exportações americanas somaram US$ 16,432 bilhões, graças a um aumento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2020. A participação americana nas importações brasileiras foi de 16,6%.

Apesar da alta nas importações, o percentual foi três vezes inferior ao aumento total de 26,5% registrado nas importações totais do Brasil em todo o mundo. Entre os dez principais países de origem das importações brasileiras, o aumento nas trocas com os Estados Unidos foi o segundo mais baixo, ficando acima apenas da alta registrada no comércio com a França.

Com esses números, a corrente de comércio entre os dois países totalizou US$ 29,750 bilhões (alta de 16,4%) e as trocas bilaterais proporcionaram aos Estados Unidos um superávit de US$ 3,115 bilhões, o maior saldo negativo registrado pelo Brasil entre todos os seus parceiros comerciais no primeiro semestre. Em 2020, o comércio com os americanos gerou para o Brasil um déficit de US$ 6,405 bilhões.

De acordo com dados do Monitor, apesar do aumento expressivo, os embarques brasileiros para os EUA ainda não recuperaram o patamar anterior à pandemia. Em 2019, o total exportado no primeiro semestre foi de US$ 14,7 bilhões. Entre os destaques nas vendas o estudo destaca que com a alta mundial de preços no setor siderúrgico, produtos como semi-acabados de ferro ou aço (+103%) e ferro-gusa (+83%) foram os principais destaques nos embarques realizados pelas empresas brasileiras.

Por outro lado, o aquecimento o mercado imobiliário americano impulsionou as vendas de folheados de madeira (+212%), cal e materiais de construção (+48%). Outros destaques foram o petróleo bruto (+58%) e aeronaves e suas partes (+72%).

O Sudeste liderou as exportações para os Estados Unidos com 64,9% dos embarques, que totalizaram US$ 8,7 bilhões no primeiro semestre. Produtos manufaturados foram predominantes nas exportações da região, com destaque para produtos siderúrgicos (132%) e petróleo (6,9%).

Entre os estados, São Paulo liderou as exportações para o mercado americano, com um total de US$ 3,782 bilhões, correspondentes a 28,4% do total exportado, envolvendo vendas de aeronaves, equipamentos de engenharia civil e petróleo. Outros destaques foram o Rio de Janeiro, com US$ 2,226 bilhões (participação de 16,7%) relacionados às exportações de semi-acabados de ferro/aço, petróleo bruto e motores) e Espírito Santo, com exportações no total de US$ 1,559 bilhão, correspondentes a 11,8% do total embarcado em semi-acabados de ferro/aço, cimento e minério de ferro.

Enquanto isso, as importações brasileiras cresceram 8,7% no primeiro semestre, totalizando US$ 16,4 bilhões, cifra superior aos US$ 15,9 bilhões registrados no primeiro semestre de 2019, ou seja, antes da pandemia.

A aquisição pelo Brasil em 2020 de uma plataforma de petróleo originária dos EUA, no valor de US$ 1,2 bilhão, explica em parte essa diferença. Excluída a operação, as importações cresceram 18,0% até o presente momento.

Os produtos siderúrgicos responderam por 28,7% das importações brasileiras vindas dos EUA. Apesar da queda nas compras de combustíveis (-54%) e de petróleo bruto (-15,4%), cresceram as importações de gás natural -tanto em valor (+887%) quanto em volume (+427%) – impulsionadas pela nova Lei do Gás, em vigor desde janeiro último.

Igualmente se destacaram as importações de medicamentos (+135%), alguns deles usados no combate à pandemia, e de polímeros de etileno (109,7%), insumo usado na produção de embalagens plásticas.

O Monitor da Amcham destaca ainda os maiores parceiros comerciais dos EUA, nas exportações e importações, entre os meses de janeiro e abril. No período, a China foi, de longe, o maior exportador para os Estados Unidos, com um total de US$ 52,6 bilhões enquanto o Brasil ocupou a nona posição desse ranking, com embarques no valor de US$ 2,4 bilhões.

Pelo lado das importações, o Top 10 foi liderado também pela China, com US$ 41,6 bilhões. No período, o Brasil importou bens americanos no total de US$7,1 bilhões.

Fonte
Comex do Brasil
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