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Indústria de material plástico em Minas sofre com a falta de insumos

Se no ano passado a pandemia da Covid-19 atingiu em cheio a indústria de material plástico, as perspectivas para este ano também não são das mais positivas. O setor, que esperava uma melhora significativa a partir de fevereiro, se viu em meio ao que tem sido chamado de segunda onda de contaminação da doença.

Os reflexos para o segmento de toda essa crise sanitária que atingiu a economia são a falta de matéria-prima e o aumento dos preços, que, em média, chega a 50%, de acordo com a presidente do Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado de Minas Gerais (Simplast-MG), Ivana Braga. Alguns insumos tiveram alta até de 70%.

Isso não ocorre, segundo Ivana Braga, por conta do aumento da demanda, uma vez que ela reduziu cerca de 6% a 10% em relação aos patamares pré-pandemia. A presidente do Simplast-MG explica que o que houve foi uma paralisação, no início da disseminação da doença, da fabricação de resinas plásticas, a nível mundial, e que a produção não voltou à totalidade, o que ajuda a explicar esse cenário.

Mas não é só isso. A presidente do Simplast-MG também destaca que a desvalorização do real frente ao dólar tem contribuído para o aumento das exportações. “Em contrapartida, fica desfavorável para importamos”, salienta.

Mesmo que comprar de fora seja desvantajoso neste momento, em determinados casos tem sido a saída de grandes indústrias, segundo Ivana Braga. Isso também torna tudo mais caro para o consumidor, uma vez que alguns aumentos são repassados.

“As maiores indústrias conseguem importar alguma coisa, mas o material está chegando muito caro”, diz ela.

Por outro lado, outras tiveram mesmo de parar a produção. “Há aqueles que têm pedidos, mas não conseguem faturar e entregar”, conta.

Em alguns casos, quando não está tudo parado, o jeito é suprimir o plástico quando isso é possível.

“Indústrias que fabricam roupas, por exemplo, não estão tendo embalagens para colocar as mercadorias delas. Elas estão começando a enviar sem embalagens ou a colocar dois, três produtos em uma só”, ressalta.

Perspectivas – A situação já se arrasta desde meados do ano passado, diz Ivana Braga, após uma queda nos preços logo no começo da pandemia da Covid-19 devido a uma forte retração do mercado. E, agora, já não se sabe quando tudo irá mudar positivamente e definitivamente.

“Infelizmente, havia uma perspectiva de melhora no cenário mundial, mas demos mais um passo para trás”, diz.

Com isso, destaca Ivana Braga, todos os setores sofrem. “Embora as pessoas se lembrem muito do plástico nos canudos e nas sacolinhas, ele permeia todos os setores”, salienta ela.

Além disso, diz a presidente do Simplast-MG, em muitos casos, não há um material alternativo, como na área médica. “O plástico tem a capacidade de conferir segurança e assepsia e ainda é reciclável. Aliás, até a indústria de reciclagem está sofrendo neste momento”, ressalta.

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Diário do Comércio
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